quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Onde está a paz deste lugar?

Onde está a paz deste lugar?

Não sei por que as pessoas acham que branco traz sensação de paz. Não sei lá fora, mas aqui não tem nada de paz... aqui as roupas são brancas, as paredes são brancas, os sapatos são brancos, os talheres, os pratos, os lençóis, os moveis, o teto... tudo é branco. Tão branco que chega a doer nos olhos. Desde que vim parar aqui, me pergunto “onde está a paz deste lugar?”.

Certo dia, encontrei minha esposa com outro. Foi aí, onde tudo começou. Imagina você, ser casado com uma mulher, a dos seus sonhos. Três anos, cinco meses e onze dias de casados. Um belo dia, você chega em casa mais cedo que o normal, depois de um dia árduo de trabalho e se depara com a seguinte cena: roupas no chão, sua esposa nua, deitada com outro cara, também nu, no sofá que na noite passada vocês dois fizeram sexo.

No primeiro momento, senti algo que eu nunca tinha sentido. Talvez tenha sido raiva e tristeza misturadas uma na outra, formando ódio. No segundo momento, senti vontade de matá-los ali mesmo. No terceiro momento, saí de casa, e fiquei esperando no carro, a hora que aquele cara iria sair da minha casa... que mulher canalha... esses três momentos se passaram em cerca de dez segundos. Dez segundos foi o tempo suficiente pra eu decidir o que faria.

Dentro do carro, no lado oposto da rua, vi quando ele saiu da minha casa. No exato momento, eu fui até a mala do meu carro e peguei um garrafão com gasolina... fui até minha casa e a vi, ainda nua, subindo as escadas. Foi então que abri aquele garrafão e joguei a gasolina toda em cima dela. Ela ficou assustada, me perguntou o que eu iria fazer.
Então eu disse “vou matar você, sua vagabunda”... e a encostei contra a parede, apertando o pescoço dela. A joguei no chão e acendi o isqueiro que estava em meu bolso.

Fiquei ali, vendo ela queimar, se debater, pedir socorro. Até que o vizinho ouviu os gritos da desgraçada e então chamou a policia. Fui primeiramente analisado psicologicamente, e constataram que eu era algum tipo de psicopata. O que me fez rir. Quem não tentaria matar a esposa diante de uma situação dessas? E por que eu sou psicopata? Só por que sentei pra ver aquele desfecho?

Desde o dia em que vim parar aqui, me faço a mesma pergunta “onde está a paz deste lugar?”, e sempre que penso nisso, penso também em queimar tudo aqui. Pena que aqui não tem gasolina.

Karine S.

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